Glândula pineal: entenda a função da estrutura conhecida como “terceiro olho”

19/01/2023

O corpo humano possui diversas glândulas responsáveis por diferentes funções em nosso organismo. Enquanto muitas delas já foram estudadas e compreendidas pela ciência, a glândula pineal foi descoberta apenas nos anos 1950 e ainda causa muitas dúvidas na comunidade científica sobre suas reais funções.

Apesar de ainda haver incertezas sobre a glândula pineal, sabe-se que a estrutura desempenha importantes funções em nosso corpo. Ela é responsável por regular desde condições físicas e ciclos vitais até o controle de nossas emoções. Com tantos papéis importantes em nosso organismo, estimular a glândula pineal pode ser a chave para melhorar sua saúde física e emocional.

Mas afinal, o que é a glândula pineal e quais suas funções? O que sabemos e o que não sabemos a respeito dela?

Para saber mais, preparei este artigo com as principais informações sobre o tema. Acompanhe!

O que é glândula pineal?

A glândula pineal é uma glândula endócrina em formato de pinha – responsável por dar o nome à estrutura. Além do formato de pinha, sua aparência apresenta coloração vermelho-acinzentada e um diâmetro com cerca de 5 a 9 milímetros (como um caroço de azeitona).

Por mais que apresente um diâmetro reduzido, a glândula recebe um intenso fluxo sanguíneo e apresenta ramificações que costumam se solidificar até os 20 anos.

A glândula pineal é conhecida como “terceiro olho” devido à sua localização – na parte central do cérebro, entre as sobrancelhas – e também pela sua sensibilidade à luz. Além disso, a glândula pineal é considerada por algumas tradições esotéricas um meio de contato com o mundo espiritual, “o olho que tudo vê”. Já no século XVII, o  filósofo René Descartes defendia que a glândula pineal seria a “morada da alma” no corpo.

A verdade é que não sabemos se a glândula pineal cumpre ou não essa função mística atribuída a ela. Mas, independente dessas teorias, é importante conhecer as funções essenciais que essa glândula cumpre no organismo.

Quais suas funções?

A função mais conhecida da glândula pineal é a regulação dos ciclos vitais do organismo, como o sono e a sexualidade. Essa regulação se dá principalmente por meio da síntese de 2 hormônios essenciais para o corpo humano: a melatonina e a serotonina. Saiba mais sobre eles:

Melatonina

Por ser uma estrutura sensível à luz, uma das principais funções da glândula pineal é secretar melatonina. A melatonina é conhecida como “hormônio do escuro”, pois esse hormônio é ativado rapidamente ao escurecer.

Dentre suas funções, a melatonina é responsável pela regulação do ritmo circadiano, que controla os ciclos vitais do corpo humano, como a indução ao sono e o relógio biológico, estando diretamente relacionado à regulação do metabolismo do nosso organismo.

A melatonina também desempenha um importante papel no controle de nossas emoções. O hormônio ajuda a prevenir e combater:

  • o estresse;

  • a ansiedade;

  • a depressão e outras desordens emocionais.

Além disso, contribui para melhorar a pressão sanguínea e a saúde do coração, podendo, inclusive, ser usado em tratamento de doenças cardiovasculares. Por fim, vale ressaltar que a melatonina também tem importante participação na regulação do ciclo menstrual feminino e até no sistema imunológico.

É importante ressaltar que a luz, mesmo artificial, inibe a produção de melatonina. Por isso, pessoas que trabalham a noite e dormem de dia podem ter dificuldades para se adaptar a essa rotina.

O envelhecimento também leva à redução na produção desse hormônio. Em casos específicos, sob orientação médica, é possível ingerir a melatonina em forma de suplemento. Mas é preciso ter cuidado, pois, a administração de melatonina não acompanhada por um médico pode trazer riscos à saúde.

Serotonina

Enquanto a melatonina começa a ser produzida quando a noite chega, a serotonina é um hormônio que começa a ser sintetizado no início da manhã. Sua principal função é estabelecer a comunicação entre os neurônios, sendo responsável, sobretudo, pela regulação de funções vitais, como:

  • humor e disposição;

  • sono;

  • apetite;

  • do sistema digestivo e

  • da temperatura do organismo.

A baixa produção de serotonina pode causar uma desordem em todo o organismo e levar o paciente a desenvolver dificuldade para dormir, ansiedade, estresse e até mesmo depressão.

Como você pode ter percebido, a melatonina e serotonina possuem funções interligadas e trabalham em conjunto para o correto funcionamento do organismo. Como estimular a glândula pineal?

O correto funcionamento da glândula pineal depende do tempo que ficamos expostos à luz ou a ambientes escuros. É preciso que haja um equilíbrio perfeito para que o corpo humano possa produzir os hormônios na quantidade ideal para o bom funcionamento do nosso organismo.

Dessa forma, para estimular a glândula é importante buscar uma exposição sensível e saudável à luz, além de evitar a exposição a aparelhos luminosos – como TV e celulares – antes de dormir, já que a luz emitida pelos dispositivos pode causar redução na produção de melatonina e serotonina.

Regular seus ciclos e hábitos de vida também é uma importante maneira de manter uma rotina adequada com os ritmos da luz solar. Dormir todos os dias no mesmo horário, por exemplo, contribui com a higiene do sono e favorece a correta produção dos hormônios sintetizados pela glândula pineal.

Confira 14 passos para regular seu sono neste artigo.

Como a medicina funcional pode ajudar a regular seus ciclos naturais

A medicina funcional, também conhecida como “medicina integrativa”, tem como principal diferencial a atuação humanizada e compreensão do paciente na sua totalidade.

Desequilíbrios no organismo são vistos, na medicina funcional, como sinais de que algo precisa ser alterado no estilo de vida do paciente. A mudança, então, vem de dentro para fora.

No caso de desequilíbrios hormonais, é preciso investigar o que está desencadeando o problema. Problemas emocionais, como estresse, ansiedade e depressão, também afetam o equilíbrio do organismo e são considerados nessa investigação.

Por fim, é importante entender que o organismo funciona por meio de um complexo sistema de feedback entre o meio interno e externo. Com um estilo de vida mais saudável – alimentação completa e variada, prática de atividade física, boas noites de sono e controle do estresse – os ciclos internos do corpo tendem a se regular naturalmente.

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Publicado por: Dra. Christiane Fujii - CRM/SC 8813 RQE 5292 e 8074
Formada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau FURB, fez especializações em Homeopatia, Acupuntura, e pós-graduações em Ciências da Fisiologia Humana pelo Grupo Longevidade Saudável e Prática Ortomolecular
Doctoralia    

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