É possível prevenir o alzheimer?

15/07/2020

O crescimento da expectativa de vida e o consequente aumento no número de pacientes idosos em todo o mundo tem despertado um alerta na comunidade médica sobre uma grave condição de cunho cognitivo: o Alzheimer. Contribuindo para o aumento da taxa de mortalidade em idosos, a doença ainda não tem cura definitiva, mas a boa notícia é que é possível prevenir o Alzheimer com mudanças no estilo de vida. 

De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a doença afeta cerca de 1,2 milhão de brasileiros. No mundo todo, são mais de 56 milhões de pessoas que sofrem com o Alzheimer, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A progressão da doença é alarmante: ainda segundo a OMS, o número de pacientes com Alzheimer deve triplicar em 30 anos e chegar a 152 milhões de casos até 2050.

Para evitar o aparecimento da doença, os cuidados preventivos devem começar ainda na vida adulta ou até mesmo na juventude. Continue a leitura e saiba o que você pode fazer para prevenir o Alzheimer!

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é um processo degenerativo e progressivo que acomete o sistema nervoso central. A condição provoca deterioração inexorável das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. O esquecimento de acontecimentos recentes é um dos sintomas iniciais mais comuns e serve como um alerta para o aparecimento da doença.

A doença de Alzheimer ocorre quando o processamento de proteínas do sistema nervoso central começa a falhar, dando origem a fragmentos de proteínas tóxicas dentro dos neurônios e nos espaços existentes entre eles. 

Como consequência dessa toxicidade, o cérebro passa a apresentar uma perda progressiva de neurônios em certas regiões, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

Quais são os fatores de risco?

Assim como outros tipos de demência, o Alzheimer possui causas multifatoriais mutáveis e imutáveis. Os principais fatores imutáveis são a predisposição genética e o envelhecimento natural do organismo. Para se ter uma ideia, a chance de desenvolver a doença duplica a cada cinco anos depois dos 60, chegando a quase metade dos indivíduos com 85 anos ou mais.

Por outro lado, existem fatores de risco que podem ser prevenidos ou controlados a fim de retardar o aparecimento do Alzheimer ou até mesmo atenuá-lo. Conheça os principais:

  • hipertensão;
  • diabetes;
  • obesidade;
  • tabagismo
  • colesterol alto;
  • doenças cardiovasculares e
  • Acidente Vascular Cerebral prévio.

Afinal, como prevenir o Alzheimer?

A prevenção da doença depende da adoção de um estilo de vida saudável na vida adulta que deve ser mantido até a longevidade. Basicamente, prevenir o Alzheimer consiste em combater os fatores de risco, buscar alternativas para melhorar a qualidade de vida e promover a busca contínua pelo equilíbrio entre a saúde física, mental e emocional. Conheça as principais medidas preventivas!

Manter uma dieta equilibrada

A dieta desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças crônicas, como a hipertensão, diabetes e obesidade. Consequentemente, também ajuda a prevenir o Alzheimer. Os compostos bioativos, como os antioxidantes, ajudam a reduzir os riscos de inflamação e estresse oxidativo. 

Esses processos são associados ao maior risco de aparecimento de demências, como o Alzheimer, uma vez que favorecem o declínio cognitivo e queda na atividade cerebral. Por isso, manter uma dieta rica em alimentos com ômega 3 e vitaminas E e C – que são altamente antioxidantes – ajudam a retardar o processo de declínio cognitivo. Boas opções são frutas, vegetais,  azeite de oliva extra-virgem e peixe.

Praticar atividade física regularmente

A prática de atividade física ajuda a manter o cérebro mais ativo, protegendo-o ou amenizando os sintomas de um processo demencial. O ideal é exercitar-se, pelo menos, 30 minutos por dia de 3 a 5 vezes por semana. A simples prática de uma caminhada regular já ajuda a prevenir o Alzheimer e diminuir os riscos de aparecimento da doença.

Controlar os fatores de risco

Os hábitos citados acima ajudam a controlar os fatores de risco e, consequentemente, prevenir o Alzheimer. Contudo, é importante buscar cuidados específicos e individualizados de acordo com a necessidade de cada paciente. Controlar o diabetes e a hipertensão, por exemplo, pode incluir o uso de medicamentos ou outros tipos de tratamento aliados à mudança no estilo de vida.

Estimular a capacidade cognitiva 

Atividades de lazer de natureza intelectual e social estão associadas a um menor declínio cognitivo em idosos saudáveis e pode reduzir o risco de o paciente desenvolver Alzheimer. Essas atividades estimulam o funcionamento dos processos cognitivos, gerando uma reserva cognitiva capaz de retardar ou atenuar o início de um quadro da doença. 

Por isso, buscar novas formas de conhecimento, como aprender um idioma ou  tocar um instrumento, além de manter hábitos de leitura e interação social também ajuda a prevenir o Alzheimer. O importante é manter o cérebro sempre ativo!

Como a Medicina Funcional pode ajudar na prevenção do Alzheimer?

A Medicina Funcional tem como objetivo prevenir e reverter doenças partindo não somente dos sintomas dos pacientes, mas avaliando genes, hábitos, alimentação, espiritualidade, e demais fatores que influenciam na saúde do indivíduo. No caso do Alzheimer, a Medicina Funcional é uma importante aliada para promover mudanças no estilo de vida e evitar o aparecimento ou progressão da doença.

Com uma análise completa a individualizada da saúde do paciente, é possível compreendê-lo em sua totalidade e, assim, propor técnicas e hábitos que podem fazer parte da sua rotina para ajudar o organismo a se tornar mais resistente e menos suscetível a desequilíbrios

Além de uma dieta personalizada e prática de atividades físicas específicas para cada paciente, existem diversos tratamentos complementares que podem ajudar a prevenir e retardar o Alzheimer. Para conhecer os que mais se adequam às suas necessidades, é importante passar por uma consulta com um profissional especializado na área.

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Publicado por: Dra. Christiane Fujii - CRM/SC 8813 RQE 5292 e 8074
Formada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau FURB, fez especializações em Homeopatia, Acupuntura, e pós-graduações em Ciências da Fisiologia Humana pelo Grupo Longevidade Saudável e Prática Ortomolecular
Doctoralia    

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