O mundo vive uma epidemia de obesidade. No Brasil, 55% das pessoas tem excesso de peso, e 20% estão obesas. Com isso, crescem cada vez mais os casos de diabetes tipo 2, doença metabólica e, consequentemente, de inflamação crônica.
A prevalência de obesidade dobrou no mundo desde a década de 1980, o que reforça a associação entre a doença e a civilização moderna.
A relação entre a inflamação e a desregulação metabólica já foi traçada pela ciência. Hoje, já sabemos que o excesso de peso desempenha um papel importante no desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da síndrome metabólica.
Neste artigo, vou explicar o que é a doença metabólica, como ela está relacionada à inflamação crônica e quais os riscos do processo inflamatório para o organismo a longo prazo. Continue a leitura e confira.
O que é a doença metabólica?
Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a doença ou síndrome metabólica é caracterizada por um conjunto de fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, diabetes tipo 2, AVC e câncer.
Ela tem como base a resistência do organismo à ação da insulina, obrigando o pâncreas a produzir maior quantidade desse hormônio.
As doenças metabólicas têm causas multifatoriais, que vão desde a genética até a alimentação inadequada e sedentarismo.
O diagnóstico é feito quando três ou mais dos seguintes fatores de risco estiverem presentes numa mesma pessoa:
- grande quantidade de gordura abdominal;
- baixo HDL (“bom colesterol”);
- triglicerídeos elevado;
- pressão alta;
- glicose elevada.
Qual é a relação entre inflamação e doença metabólica?
No geral, essas doenças são marcadas por um estado de inflamação crônica, que por sua vez contribui com o desenvolvimento de complicações.
Em outras palavras: a inflamação é tanto a causa como consequência da síndrome metabólica.
Isso ocorre porque as células de gordura são ativas metabolicamente e produzem uma variedade de compostos pró-inflamatórios. Quanto mais gordura um indivíduo tiver, especialmente a gordura visceral (abdominal), a produção dessas substâncias é desorganizada e mais resistência à insulina ele terá.
Além disso, a gordura pode se acumular no fígado, nos músculos e nas artérias, contribuindo para complicações como cirrose e doenças cardiovasculares.
Pessoas com síndrome metabólica apresentam níveis anormais de marcadores
inflamatórios, como a Proteína C-Reativa (PCR) — uma substância que o fígado produz em resposta à inflamação no corpo.
Por isso, fazer exames marcadores de inflamação é importante para avaliar a necessidade de mudanças no estilo de vida.
Como combater a inflamação em doenças metabólicas
Uma vez diagnosticada a síndrome metabólica e a inflamação crônica, a primeira linha de tratamento são as intervenções no estilo de vida. Isso inclui, principalmente:
- dieta com baixo teor de gordura e açúcar;
- aumento da atividade física
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O médico também poderá receitar medicamentos direcionados a tratar condições específicas, como açúcar elevado no sangue, pressão alta e colesterol anormal.
Mas lembre-se: como as doenças metabólicas são multifatoriais, uma abordagem sistêmica e multidisciplinar é a mais indicada para o tratamento.
Conte comigo para realizar uma consulta aprofundada, que considera todos os fatores que levam ao adoecimento, para criar uma abordagem terapêutica individualizada e eficaz para você.
Atuo como médica funcional e homeopata no Campeche, em Florianópolis (SC). Se quiser tirar dúvidas ou agendar uma consulta, estou à disposição!